quinta-feira, 16 de julho de 2009

Palavras

Eu sabia. Eu sempre soube. Ela, não. Ela não sabia nem nunca soube nem nunca saberá: ela detém o privilégio da ignorância absoluta, ela sabe que uma estrela é uma estrela e que uma lua é uma lua, e que as palavras coincidem com as coisas, e que as coisas podem ser ditas pelas palavras, e que as palavras não matam as coisas e que as palavras servem para revelar a verdade do mundo.

Eu, não. Eu sabia desde o começo. Eu sempre soube que ela falaria amor, ternura e cumplicidade, e que ela falaria amor, ternura e cumplicidade até gastar os sentimentos que pensava ter, e que o tempo seria tempo novamente mesmo sem as palavras, sem que ela soubesse. Eu sabia.

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