segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Tempos excessivos

Na ausência da força de espírito para escrever, registro aqui as belas palavras de Fernando Pessoa, sopros poéticos de minhas páginas ainda em branco, à espera da sublevação do inconsciente:

"Sopra demais o vento
Para eu poder descansar...
Há no meu pensamento
Qualquer cousa que vai parar...

Talvez esta cousa da alma
Que acha real a vida...
Talvez esta cousa calma
Que me faz a alma vivida...

Sopra um vento excessivo...
Tenho medo de pensar...
O meu mistério eu avivo
Se me perco a meditar.

Vento que passa e esquece,
Poeira que se ergue e cai...
Ai de mim se eu pudesse
Saber o que em mim vai."

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