quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Conexões perdidas

Aeroportos são lugares solitários, ele pensava, enquanto seus olhos percorriam preguiçosamente o lento ir-e-vir dos passageiros na sala de embarque, uns para lá, outros para cá, andorinhas flanando de asas abertas, ansiosas em seguir viagem rumo ao mistério de suas vidas. Não se detinha em ninguém em particular; seus olhos contentavam-se em acompanhar os gestos e barulhos que constituíam aquele momento. Aeroportos são como o limbo do mundo moderno, sim, talvez seja isso, almas no suspense do porvir, em trânsito para o quê, para quê, aqui não há ninguém, ninguém está aqui, é aqui que se concentra toda a expectativa de que algo aconteça - não agora, mas daqui a pouco. Quando eu chegar. Quando eu voltar. Quando eu partir.

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